(*) Material preparado para ser inserido em capítulo de livro publicado pel0 Dr. Paulo Eiró,
em março de 1999, e extremamente atualizado aos dias de hoje.
“Deus, em sua bondade e generosidade infinitas, conferiu ao homem, por meio das Plantas,
quase todos os alimentos, vestes e medicamentos”. Herbal de Gerarde (1636)
Aromaterapia é a terapia fundamentada nos aromas, isto é, nos óleos essenciais vegetais.
Óleos essenciais são as substâncias naturais presentes nas plantas, responsáveis pelos odores aromáticos que nelas encontramos. Estas substâncias estão presentes nas flores, folhas, cascas, raízes, frutos e sementes, quase sempre de vegetais superiores. Podem ocorrer no interior de estruturas secretoras especializadas, como pelos glandulares, células modificadas do parênquima, mas podem também ser formados diretamente pelo protoplasma. Aparecem em todos os tecidos das Coníferas, mas apenas nas pétalas das rosas, ou na casca e nas folhas da canela, em suma, em localizações e quantidades variáveis nos tecidos vegetais.
Sabe aquele perfume da folha de eucalipto, da casca do limão, de uma madeira de lei? Ele é justamente por causa dos óleos essenciais. Aliás, para saber se uma planta contém óleo essencial, é só triturar um pedaço dela entre os dedos e observar o desprendimento de odor aromático.
Estes óleos essenciais podem ter vários efeitos sobre as pessoas, desde atividades químicas que podem mesmo ser agressivas, até uma ação sobre suas lembranças. Todos nós temos em nossas memórias, mesmo que não de forma consciente, a recordação de cheiros de infância, algo que nos lembra a casa de nossos avós, por exemplo. Quando voltamos a sentir aquele cheiro, voltam também os sentimentos que nos acompanhavam naquela época. Do contato com estes sentimentos pode ocorrer uma ação terapêutica em um adulto.
Não devemos pensar que os óleos essenciais são substâncias modernas, que agora estão na moda. Eles vem sendo utilizados desde tempos remotos, em rituais e em cerimônias religiosas.
Moisés, que guiou os judeus durante 40 anos no deserto, recebeu de Deus uma série de mandamentos e instruções para preparo de óleo bento:
O Senhor falou a Moisés, dizendo: “Pega aromas de primeira qualidade: cinco quilos de mirra virgem, dois quilos e meio de cinamono aromático, dois quilos e meio de cana aromática, cinco quilos de cássia, segundo o peso do santuário, e nove litros de azeite de olivas. Farás disto um óleo para a unção sagrada, uma mistura de especiarias preparada segundo a arte da perfumaria. Será este o óleo para a unção sagrada.” (Êxodo 30, 22-25)
O Cântico dos Cânticos de Salomão também faz referência aos óleos e plantas aromáticas:
“O meu amado é para mim como um ramalhete de mirra sobre meus seios; o meu amado é para mim como um cacho florido de alquena dos vinhedos de Engadi…
Suas faces são canteiros de bálsamos, tufos de ervas aromáticas. Seus lábios são como lírios, a destilar um fluido de mirra…
Eu sou o narciso de Saron, o lírio dos vales. Sim, como o lírio entre espinhos é, entre as jovens, a minha amada…
“Tuas plantas são um vergel de romãzeiras, vegetação toda selecionada: umbelas de alquena e flores de nardo, nardo e açafrão, canela e cinamono, toda espécie de árvores de incenso, mirra e aloés, os melhores bálsamos. A fonte do jardim é como um manancial de água corrente que brota do Líbano”.
Substâncias como o cedro do Líbano, as rosas da Síria, a mirra, a canela e outros preciosos materiais do Oriente… perde-se nos séculos seu uso, com finalidades espirituais e de cura, física e psíquica.
Também o embalsamamento praticado pelos egípcios utilizava a ação anti-séptica dos óleos essenciais. A Índia é um país onde a utilização dos
óleos essenciais mantém-se até hoje. No Ocidente, alguns antigos medicamentos concebidos nos séculos passados, como a água de melissa, sobrevivem até nossos dias.
A partir da 2ª Guerra Mundial, pudemos acompanhar o grande sucesso das substâncias terapêuticas obtidas através da síntese química, com a conseqüente queda da medicina tradicional fundamentada sobre vegetais. Entretanto, o mau uso e principalmente abuso destas substâncias sintéticas foram parcialmente responsáveis neste final de século, por um retorno ao uso das antigas terapêuticas com substâncias naturais, entre elas a moderna aromaterapia, cujo fundador, o químico francês Gattefosse, publicou seu primeiro livro em 1928.
O termo “aromacologia” (do inglês “Aromachology”), pouco conhecido entre nós, foi definido em 1982 para definir “a ciência que se ocupa da investigação das relações entre a psicologia e a tecnologia das substâncias aromáticas, ao despertar determinadas sensações e emoções como o relaxamento, a animação, a sensualidade, a felicidade e a sensação de bem-estar, mediante a estimulação de vias nervosas no cérebro, especialmente no sistema límbico.” Ocupa-se apenas dos efeitos produzidos por inalação, mas não aqueles obtidos por via oral ou transdérmica. Pode-se hoje demonstrar relações reprodutíveis entre as características específicas dos registros das correntes cerebrais e os efeitos mesuráveis dos estímulos olfativos sobre as sensações e os estados de ânimo.
Artigo publicado na revista The Lancet sobre uso de óleo de Lavanda, através de seu odor no ambiente, como substituto para medicamentos tradicionais para insônia em pacientes geriátricos, sugeriu que este óleo pode trazer um alívio temporário.
Em texto de revisão sobre a literatura atual, Jellinek apresenta resultados de pesquisa sobre odores e correntes cerebrais, efeitos fisiológicos (pressão sangüínea, contração vascular periférica, potencial da pele, dilatação/contração da pupila, etc.) e ainda modificações do comportamento sob condições de laboratório (teste de resistência frente a tarefa exigente e estressante, teste de atenção, qualidade do sono e sonhos, capacidade de aprendizagem e recordação, resolução de tarefas criativas, etc.). Suas conclusões principais são que:
- os estímulos olfativos podem afetar o estado de ânimo, produzir ansiedade e stress, excitação, melhorar o rendimento em tarefas cognitivas como a memorização e recuperação da memória, a atenção continuada e a resolução de problemas.
- este efeitos podem ser provocados por odores percebidos consciente ou subliminarmente.
- o grau em que um odor agrada ou desagrada o indivíduo afeta os resultados.
A esse respeito, convém observar que, com freqüência, confunde-se outras substâncias perfumadas com óleos essenciais. Assim, na indústria de perfumaria, óleos essenciais naturais são utilizados para preparar “essências”. Para este preparo são usadas também substâncias químicas sintéticas que possuem odores. Estas misturas podem conter muitas substâncias: dezenas e até mesmo centenas, mescladas cuidadosamente para atingir um determinado cheiro. As essência assim obtidas serão utilizadas principalmente na indústria de cosméticos, para trazer um bom odor a cremes e produtos de higiene, mas também para diversas outras aplicações, como para perfumar produtos de limpeza e outros (papel higiênico, folhas de papel de carta, borrachas escolares, tênis, brinquedos, etc.). Quando preparamos um shampoo, a base de detergentes necessários para o bom desempenho na limpeza dos cabelos nem sempre tem um agradável odor final. Os cremes, tem cheiro gorduroso. Para tornar estes produtos mais atraentes, mascarando o odor da base, utiliza-se uma pequena quantidade (de 0,5 a 1%, por exemplo) de essência.
Os fabricantes de detergente em pó estão entre os maiores clientes das indústrias de essências porque cada marca de sabão quer deixar, de maneira marcante, aquele cheirinho gostoso nas roupas lavadas. Acrescente-se ainda as ceras, detergentes líquidos, limpadores domésticos em geral, inseticidas, desinfetantes, etc.
As misturas de odores são as responsáveis pelo perfume elegante e exclusivo de uma água de colônia e de todas as suas variantes (extratos, colônias), que conterão, em sua composição, substâncias de origem natural – vegetais e animais – e também de origem sintética. A presença de substâncias químicas sintéticas não diminue o valor de uma colônia, porque seu objetivo é a obtenção de um cheiro que lembre, por exemplo, limpeza, mas também traga sugestões de erotismo, dinamismo, elegância, sucesso na vida. É só acompanhar as propagandas dos perfumes: homens e mulheres bonitos, elegantes, bem sucedidos, sensuais, em lindos ambientes. A mistura de substâncias que vai gerar aquele perfume precisa ser interessante, agradar ao grupo de pessoas para o qual é direcionado: não importa se é uma mistura que contém substâncias naturais e artificiais, muitas delas até mesmo desagradáveis quando isoladas. Trata-se de uma verdadeira arte! As fórmulas de perfumes de sucesso são guardadas a sete chaves, e em todo o mundo tenta-se copiá-los. Grandes perfumistas são artistas com uma fantástica memória olfativa, que combinam uma infinidade de substâncias para chegar a um odor exclusivo, desejado e harmonioso.
Para preparar uma composição aromática, são misturadas notas de cabeça, de corpo e de base ou cauda. As primeiras são as mais leves, mais voláteis, sentidas em primeiro lugar, e que logo desvanecem. Dão a primeira impressão de uma fragrância. São especialmente os odores cítricos, como a bergamota, o limão, a laranja, a menta piperita, o cravo e a canela.
Notas de corpo são intermediárias que como o próprio nome diz, dão “corpo” para a mistura. Incluem os perfumes de rosa, gerânio, lavanda, camomila e neroli (flor de laranjeira).
As notas de cauda ou de fundo são também chamadas de “fixadores” dos perfumes, pois são os menos voláteis: seu odor tem uma “saída” menor, mais lenta, são mais intensos e profundos, e permanecem por mais tempo, várias horas e até por dias. Em uma mistura, ajudam a “segurar” as outras substâncias. Algumas destas substâncias são de origem animal, como o musk, civete ou âmbar. A aromaterapia fundamenta-se sobre os vegetais, e neste reino, as notas de base são as provenientes de madeira ou resinas, como vanilina, cedro, sândalo, patchuli, mirra, olíbano, vetiver.
Quando aspiramos um perfume, sentimos primeiro as notas de cabeça, depois as de corpo, e a que permanece após algum tempo são as notas de cauda. É fácil compreender porque a mistura deve ser harmônica.
Um perfume cítrico, até contém óleos essenciais de frutas cítricas (como limão, laranja, tangerina) em sua composição, mas contém ainda outras substâncias. É exatamente a sutileza das composições obtidas pelos perfumistas, profissionais de olfato apuradíssimo, que levam à riqueza da perfumaria.
Algumas substâncias naturais são sinteticamente reproduzidas em laboratório. Por exemplo, o óleo essencial de cravo era utilizado como analgésico e anti-séptico dental. Após algum tempo verificou-se que esta ação era devida ao seu componente “eugenol”. Este eugenol terminou por ser obtido sinteticamente de modo industrial. Ainda que esta substância permaneça com suas propriedades terapêuticas, não falamos mais de Aromaterapia quando utilizamos a réplica sintética. Outro exemplo é o da baunilha: sua fava, obtida de uma orquídea, é um produto extremamente caro e muito procurado pela indústria de alimentos. A vanilina, seu principal componente, é encontrado hoje em solução alcoólica em qualquer supermercado.
Já quando falamos de aromaterapia, visamos mais do que o perfume final obtido em um produto. Aqui o objetivo é conseguir a “essência” da planta, entrar em contato com suas substâncias naturais, sua vitalidade, através da extração de substâncias perfumadas presentes em cada vegetal. Então buscamos o óleo essencial de limão ou de laranja ou de tangerina para chegar ao que cada uma destas plantas tem para nos oferecer. Não nos interessa aqui que uma determinada mistura de substâncias artificiais tenha o mesmo cheiro da laranja. Seria sempre uma falsificação do verdadeiro óleo essencial de laranja.
Certa vez ouvi uma comparação interessante: aceitar uma mistura no lugar de um óleo essencial é o mesmo que aceitar uma rosa de plástico em vez de uma natural. Pode até ser tão bela quanto aquela produzida no jardim, pode até ser perfumada… mas será sempre de plástico. E quando você quer uma rosa de verdade, você não quer uma rosa de plástico. Da mesma forma, quando você procura aromaterapia, você procura propriedades terapêuticas, que podem ser encontradas em um óleo essencial puro, mas não em uma mistura de substâncias que tem como objetivo “cheirar bem”. Além disso, alguns óleos essenciais são bastante completos, e cobrem todo o espectro olfativo, indo da nota de cabeça até a nota de fundo, como é o caso do ylang-ylang, do jasmim e da rosa.
Hoje o nome “aromaterapia” tem sido usado para muitos produtos que não contém apenas óleos essências, mas sim composições sintéticas com odores agradáveis. Mas estes são os mesmos produtos já conhecidos, que recebem as misturas criadas pela indústria de perfumaria, a fim de terem um melhor odor. Aromaterapia é outra coisa: são os óleos essenciais sendo utilizados por suas atividades sobre nossos corpos e emoções. E estes óleos são perfumados. Este último ponto é o único em comum com os produtos acima citados: tem odor!
Na indústria de alimentos muitas plantas são utilizadas como temperos e condimentos: anis, cravo, canela, noz moscada, hortelã e outras. Alguns destes vegetais possuem atividade carminativa ou digestiva, auxiliando a digestão, além de dar um sabor agradável aos alimentos.
Os óleos essenciais são ingredientes ativos de uma planta de uma forma altamente concentrada. São substâncias produzidas pela Natureza e devem ser tratados com respeito. Alguns têm a propriedade de repelir ou atrair insetos, atuando na planta de maneira a protegê-la contra ataques de predadores ou promovendo a polinização. Algumas plantas são mais facilmente encontradas e contém uma maior quantidade de óleo essencial: seus óleos serão mais acessíveis. Outras plantas são mais raras ou contém uma quantidade bem menor de óleos essenciais: seus produtos podem ser extremamente valiosos. Para obter 1 quilo de óleo essencial de rosa são necessárias 2 toneladas de pétalas.
Segundo LAVABRE a qualidade e as propriedades dos óleos essenciais depende do local de sua produção nas plantas:
“os produzidos nas raízes tendem a ter uma energia fundamental e características próprias de alimentos. Não são muito refinados, mas costumam ser poderosos estimulantes das funções vitais, especialmente da digestão.
O sistema de folhas da planta corresponde ao seu corpo vital e os óleos essenciais produzidos nesta região tem forte afinidade com o sistema respiratório. Tonificam o corpo vital.
A flor é a última conquista da planta. Só as mais evoluídas espiritualmente, como a rosa, podem criar sem restrições nesse nível. A produção da fragrância é um sinal de intensa atividade astral. Embora os óleos essenciais sejam encontrados em quantidades ínfimas na flor, normalmente suas fragrâncias são muito intensas. As plantas com a criatividade floral mais intensa raramente produzem frutos ou sementes significativos. É lá que se esgota sua criatividade, e sua criação não pertence mais ao plano físico. Estas fragrâncias tendem a ser revitalizantes (jasmim) ou até intoxicantes (narciso).
Os óleos essenciais das flores, portanto, costumam ser muito refinados e sutis, mas, por outro lado, difíceis de extrair.
Os óleos produzidos na semente nos levam inteiramente de volta ao mundo físico, sendo menos sofisticados, mais humildes e diretos. São revigorantes e fortificantes, e têm forte afinidade com o sistema digestivo, especialmente as sementes que também servem de alimento ou que são usadas como especiarias.
As árvores também sabem criar óleos em sua madeira, como o sândalo e o cedro.
São óleos que ajudam o equilíbrio e a concentração. Aqui o processo criativo é transportado para o cerne da madeira. Esses óleos têm o poder de abrir nossa consciência para esferas mais altas, sem deixar que percamos o autocontrole. São especialmente adequados a rituais, meditação, ioga.
Finalmente, certas árvores produzem resinas ou gomas perfumadas (mirra, olíbano). Nesses casos, o óleo essencial tem forte afinidade com o sistema glandular. Além de controlar as secreções, apresentam propriedades cosméticas e curativas (cuidados com a pele, lesões, úlceras).”
A extração do óleo essencial
Vários métodos são utilizados para a extração dos óleos essências das plantas. Quanto mais suave o método, menor quantidade de óleo essencial será obtido, porém ele terá uma melhor qualidade, e, consequentemente, um maior preço. Já métodos de extração mais agressivos vão levar à obtenção de mais óleo essencial, de pior qualidade e menor preço.
Alguns fabricantes garantem a procedência, o método de extração e e a qualidade dos óleos essenciais. Existem alguns provenientes de plantas que crescem de modo silvestre em regiões não poluídas, ou que são produzidas em cultivos biologicamente controlados. Pesticidas utilizados durante o cultivo podem estar presentes nos óleos essenciais, até de forma concentrada, e serem prejudiciais ao homem. Sua qualidade, e consequentemente seu preço, são superiores.
Os preços podem variar também de ano para ano, pois dependem ainda da disponibilidade da produção. A própria composição química dos óleos essenciais nas plantas varia durante o dia e ao longo do ano. Depende da temperatura, da umidade relativa, do regime das chuvas, da duração total de insolação, dos ventos, do solo, do clima, da parte da planta. Problemas relativos ao plantio e coleta podem ocorrer e fazer com que certo produto desapareça do mercado em um determinado período. Plantas da mesma espécie, cultivadas em locais diferentes do mundo, podem ter os mesmo componentes, porém em quantidades diferentes. Problemas climáticos influenciam mais os óleos essenciais produzidos por estruturas vegetais mais externas, como pelos secretores. Quando a localização é mais profunda, o óleo fica mais protegido das variações externas.
Assim como para outros medicamentos, também para estes produtos, especialmente pela importância em serem substâncias tão puras e especiais, garantia e confiança no fornecedor são imprescindíveis.
Um outro esclarecimento interessante é sobre a diferença entre óleos fixos e óleos essenciais. Óleos fixos são aquelas substâncias realmente oleosas, constituídas quimicamente de ésteres de ácidos graxos, não voláteis. Seu próprio nome diz: são fixos, não volatilizam-se, não evaporam-se. Também são produzidos por vegetais e são nossos velhos conhecidos da cozinha: óleo de milho, soja, algodão, girassol, oliva, canola, etc. Não têm cheiro, a não ser aquele característico odor oleoso. Rancificam quando expostos ao ar. Suas propriedades já são outras. São terapêuticamente úteis para amaciar a pele, por exemplo.
Como os óleos essenciais são normalmente mais caros que os óleos fixos, estes últimos podem ser utilizados para fraudar os primeiros. Para saber se isto ocorreu, basta colocar uma gota do óleo em um papel de filtro e observar após alguns minutos. Se o óleo essencial for puro, ele deve secar totalmente. Se for “batizado” (misturado) com óleo fixo, vai continuar uma mancha translúcida sobre o papel.
Como regra, os óleos essenciais são lipossolúveis, isto é, solúveis em óleos e gorduras e em solventes orgânicos, como álcool e éter. São praticamente imiscíveis em água, apenas o suficiente para a produção de “águas aromáticas”.
Os métodos mais utilizados para a extração dos óleos essenciais são:
- expressão mecânica, que é o simples prensar da planta. O rendimento é pequeno, mas a qualidade do óleo é muito boa. É usado para cascas de laranja, por exemplo, uma vez que o óleo é abundante e a fruta barata.
- destilação. É a extração através de alambiques, quando as plantas, rasuradas, são aquecidas e arrastadas por vapor de água. A composição da essência varia no decorrer da operação e pode haver prejuízo na qualidade, devido o aquecimento.
- expressão por solventes orgânicos. Mistura-se as flores com solvente, como éter de petróleo, e os óleos essenciais dissolvem-se no solvente, passando para eles. O solvente é depois eliminado. A qualidade do óleo essencial depende de outras substâncias presentes na planta que podem também passar para o solvente. Depende também do sucesso na eliminação do solvente e de ele não reagir com as substâncias extraídas da planta.
- adsorsão em óleos e gorduras a quente ou a frio. As flores são agitadas com óleos e gorduras a quente (de 40 a 70oC) ou absorvidas pela gordura, a frio. Este último processo, bastante antigo, denomina-se “enfleurage” e consiste em depositar flores sobre placas de vidro recobertas de gordura. O perfume exalado pelas flores é adsorvido pela substância graxa. As flores são trocadas até a saturação da gordura. Desta forma obtém-se uma “pomada floral”. Este método ainda é utilizado para obtenção do óleo essencial de Jasmim.
- adsorsão em carvão vegetal. Este método permite a retirada de essência mesmo de planta viva, porém serve apenas para finalidades analíticas, isto é, experimentais.
Sua composição química é complexa e difere bastante de planta para planta. São constituídos por uma mistura de substâncias químicas, com poucos até centenas de componentes. Raramente possuem concentração muito grande de apenas uma substância, como a essência de Mostarda (Brassica alba), com cerca de 93% de isotiocianato de alila e o óleo essencial de cravo, com 85% de substâncias fenólicas (eugenol e seu derivado acetilado). Estas substâncias principais de determinado óleo essencial é medida quantitativamente a fim de determinar a qualidade deste óleo.
Devem ser acondicionados sempre em frascos de vidro fechados, protegidos da luz direta, do calor forte e do ar. Frascos plásticos podem reagir com componentes dos óleos essenciais e levar a formação de outras substâncias, alterando os óleos.
Ação Farmacológica dos Óleos Essenciais:
Os nervos olfativos ligam-se diretamente ao sistema límbico, que é a parte mais primitiva do cérebro, responsável pelas sensações de fome, sede e pela sexualidade. Esta ligação ocorre através dos neurônios que possuem uma das extremidades no interior do nariz e a outra diretamente em contato com o bulbo olfatório cerebral. Os estímulos que chegam ao bulbo olfatório são enviados para o sistema límbico, e afetam nosso comportamento emocional. Portanto, quando cheiramos uma substância, ela tem um efeito direto e imediato sobre o sistema nervoso. O nariz é uma eficiente porta de entrada para o cérebro e para o subconsciente.
Tisnara, citando Daniel McKenzie, afirma que podem haver dois tipos de mecanismos perceptivos de odores operando simultaneamente. Um dele é químicos, e está subordinado às moléculas odoríferas que são realmente inaladas. O outro é vibratório, e através desse mecanismo os odores podem ser percebidos mesmo se as moléculas não alcançam o nariz.
As propriedades fundamentais dos óleos essenciais são devidas a seu:
- poder anti-séptico: agem contra bactérias, fungos e leveduras, inclusive Candida. Os óleos com maior poder anti-séptico são a canela, o timo, cravo, lavanda e eucalipto. Podem também possuir uma ação anti-helmíntica, como a Erva de Santa Maria, que contém ascaridol.
- poder espasmolítico e sedativo: vários óleos diminuem ou suprimem os espasmos gastrointestinais. Podem estimular a secreção gástrica, sendo utilizados como digestivos ou estomáquicos e agir sobre problemas como insônia e nervosismo. São espasmolíticos a angélica, basilicão, camomila, cravo, melissa, menta, timo, etc.
- propriedades irritantes: quando utilizados por via externa, alguns produtos provocam uma irritação, com aumento da circulação localizada, sensação de calor e até mesmo uma leve anestesia local. Os óleos de Cânfora e Mentol são exemplos desta ação, que pode ser aproveitada para tratar dores articulares ou musculares. Por via interna, esta irritação pode estimular a expectoração, a atividade cardíaca, favorecer a eliminação renal ou estimular o sistema nervoso central, levando até mesmo a convulsões.
Como utilizar os óleos essenciais:
Os óleos essenciais podem ser utilizados por via interna ou externa. Internamente, apenas profissionais competentes e conhecedores dos óleos essenciais devem indicá-los. Já o uso externo é liberado para aqueles que querem experimentá-los. O bem-estar e prazer que os óleos essenciais podem trazer já contribuem para um efeito terapêutico. Cheire sempre um óleo que você pretende usar e guie-se por suas sensações. Só deve ser usado se o cheiro for agradável para quem for empregá-lo.
Podemos fazer um uso “doméstico”, isento de riscos: colocar algumas gotas de óleo na lavagem das roupas, no interior de gavetas, sapateiras, guarda-roupas, em um difusor para ambientes ou em uma banheira, tendo sempre em mente que devemos utilizar quantidades pequenas de óleo. Sua ação deve ser sentida através do apuro de nosso olfato. Grande quantidades vão apenas “embotar” nossos sentidos.
…”un je ne sais quoi, un presque rien (um não sei o quê, um quase nada). V. Jankelevitch
Os óleos essenciais podem ser utilizados de forma isolada, ou em misturas. Novos perfumes podem ser criados a partir de misturas que podem atuar de maneira sinérgica, isto é, podem ter uma ação maior do que a soma das ações dos óleos essenciais separados.
Algumas gotas de óleo essencial podem ser colocadas em um nebulizador (frasco provido de uma válvula “pump”, por exemplo) e aspergido no ambiente. Existem difusores com espaço para uma pequena vela. Possuem um recipiente para colocar água, e sobre esta água pinga-se algumas gotas de óleo essencial. Ao acender a vela, a água aquece e o óleo essencial espalha-se no ambiente. O óleo não deve ser aquecido sem água, porque ele vai queimar, produzindo fumaça e talvez cheiro desagradável.
Outros difusores são desenhados para serem colocados sobre lâmpadas. Neste caso o óleo essencial é pingado sobre a superfície porosa de uma cerâmica, e o conjunto é aquecido sobre uma lâmpada acesa.
Alguns óleos interessantes para serem utilizados no ambiente:
Objetivo | Óleos Utilizados |
para combater cheiros desagradáveis no ambiente, como de cozinha ou cigarro | bergamota, canela, cravo, eucalipto, lavanda, limão, laranja, menta, pinho, alecrim |
para auxiliar na concentração | olibano, alecrim |
para relaxar | cedro, lavanda, mirra, patchouli, rosa, sândalo, tangerina, vetiver, ylang-ylang |
repelente de insetos | cedro, eucalipto, lavanda, limão, alecrim |
Sensual | laranja, ylang-ylang, noz moscada |
para problemas respiratórios | eucalipto, limão |
para auxiliar a meditação | sândalo, olibano, cedro |
Em uma banheira devem ser colocadas de 3 a 8 gotas de óleo essencial indicado para o objetivo que se deseja, conforme a tabela abaixo:
Efeito | Óleos Utilizados |
estimulante | bergamota, cipreste, eucalipto, gengibre, limão, menta, pinho, alecrim |
relaxante | camomila, gerânio, lavanda, nerolí, rosa, sândalo, vetiver, ylang ylang |
para combater insônia | lavanda, sálvia, camomila |
sensual | sândalo. jasmim, ylang-ylang, gengibre, menta |
contra a celulite | laranja, alecrim, cipreste, zimbro, bétula, gerânio |
para resfriados | eucalipto, lavanda, pinho, copaíba |
Para compressas, utilizar de 5 a 10 gotas de óleo essencial para uma pequena tigela com água morna. Molhar um tecido de algodão limpo na solução e aplicar sobre a parte afetada, deixando durante cerca de 15 minutos. Após esportes podem ser utilizadas compressas com lavanda, menta, pinho, alecrim.
Se desejar fazer uma inalação, adicione de 5 a 8 gotas do óleo essencial em um recipiente com água fervente. Coloque uma toalha sobre a cabeça, cobrindo o recipiente e inale o vapor durante alguns minutos. Você também pode colocar de 3 a 4 gotas do óleo essencial em um lenço e inalá-lo algumas vezes. Para problemas respiratórios, utilizar eucalipto, menta e pinho. Pode ser interessante manter os olhos fechados durante a inalação, uma vez que alguns óleos podem causar irritações nos olhos.
A mesma técnica acima pode ser usada para tratar problemas da pele do rosto, fazendo uma “sauna facial”.
Tipo de Pele | Óleos Recomendados |
oleosidade excessiva | cedro, limão, patchouli, cânfora, ylang-ylang |
pele seca | lavanda, menta, alecrim, sândalo, rosa |
pequenas lesões | camomila, lavanda, teatree |
acne | bergamota, eucalipto, lavanda, zimbro, cedro |
Óleo para massagens podem ser preparados com 1 gota de óleo essencial para cada 2ml. de óleo vegetal. Este óleo é então chamado de “carreador” pois vai servir de veículo para o óleo essencial. São adequados para um bom cuidado da pele os óleos de germe de trigo e de sementes de uva.
Utilize os seguintes óleos essenciais abaixo indicados, de acordo com a finalidade desejada na massagem:
Efeitos | Óleos Usados |
estimulantes | bergamota, limão, menta, alecrim |
relaxantes | cedro, camomila, lavanda, neroli, patchouli, rosa, sândalo, vetiver, ylang ylang |
após esportes | lavanda, menta, pinho, alecrim, teatree |
antes de esportes | gengibre, alecrim |
sensual | cedro, gerânio, ylang-ylang, vetiver, sândalo |
para aliviar dores musculares e reumáticas | alecrim, lavanda, pinho, camomila, menta, cânfora, gengibre |
Cuidados:
O fato dos óleos essenciais serem produtos naturais não indicam que sejam substâncias isentas de riscos, especialmente se é feito um uso abusivo delas. Ainda que as plantas que as originaram tenham baixa toxicidade, os óleos essenciais delas extraídos – por tratar-se de substâncias concentradas – podem ser perigosos, principalmente se utilizados internamente e sem critérios. Óleos essenciais que contém tuiona, como os de Tuia, Absíntio e Sálvia, podem ser neurotóxicos se ingeridos em altas quantidades, induzindo crises epileptiformes e tetaniformes que podem necessitar hospitalização. Em alguns países como na França, a comercialização de alguns óleos essenciais é reservada às farmácias.
No Brasil, não existem restrições, entretanto é importante ressaltar:
- O uso interno só deve ser feito com recomendação expressa de profissional competente. Ingeridos em excesso ou de forma inadequada, os óleos essenciais podem provocar irritações e lesões graves.
- Evite sempre contato com os olhos.
- Mesmo para uso externo, o óleo essencial deve sempre ser diluído antes de seu uso. Esta diluição pode ocorrer em um óleo vegetal, para aplicações na forma de massagens, ou em água, para banhos, compressas e inalações.
- Uma vez que os vegetais podem conter substâncias fotossensibilizantes, use como regra não expor-se ao sol quando utilizar óleos essenciais sobre a pele. Isto é especialmente verdadeiro para aqueles obtidos a partir de plantas cítricas, como laranja, limão, bergamota, lima, grapefruit. Alguns fabricantes retiram as substâncias fotossensibilizantes de seus produtos e dão esta garantia no rótulo.
- Óleos essenciais não devem ser utilizados em bebês ou crianças pequenas. Existem recomendações formais de nunca administrá-los internamente para crianças menores de 7 anos. Caso queira colocá-los na água do banho ou no quarto, diminua a dose à metade. Guarde os óleos essenciais, bem como todos seus medicamentos, fora do alcance das crianças.
- Uma vez que existem referências de que diversos óleos podem ter propriedades abortivas, pode-se tomar como regra que o uso com finalidades terapêuticas dos óleos essenciais devem ser evitado durante a gravidez, com poucas exceções como lavanda, incenso, gerânio e rosa. Óleo essencial de lavanda adicionado a um óleo vegetal fixo de boa qualidade (semente de uvas, germe de trigo ou óleo de amêndoas verdadeiro) pode ser usado para prevenção de estrias na pele do ventre. Consulte seu médico ou um terapeuta de confiança antes de usar outros óleos.
- No caso de pressão alta ou epilepsia, utilize óleos essenciais com cuidado, e idealmente sob a orientação de um profissional qualificado.
- Se você segue um tratamento médico, homeopático por exemplo, consulte seu médico sobre a utilização conjunta de óleos essenciais. Eles podem afetar seu tratamento, e por isto o homeopata pode pedir-lhe para aguardar um tempo antes de usá-los.
E lembre-se: o uso dos óleos essenciais deve complementar e nunca substituir tratamento médico que seja necessário e importante.
Alguns óleos essenciais e sua utilização:
- ALECRIM: extraído do Rosmarinus officinalis, tem ação refrescante e estimulante geral e hepato-biliar. Ativa a memória e a concentração podendo aliviar dores de cabeça. É utilizado como anti-séptico pulmonar e diurético. Pode também ser indicado para queda de cabelos e caspa.
- CAMOMILA: obtido da Matricaria chamomilla, planta muito utilizada também na Fitoterapia e na Homeopatia. Contém azuleno e bisabolol, substâncias com reconhecidas atividades anti-inflamatórias, além de possuir atividade antibacteriana e antifúngica. Útil para dores na região do estômago, cólicas, insônia, irritações na pele e no alívio de problemas menstruais. Externamente, em afecções dermatológicas diversas e como protetor da pele em caso de irritações.
- CANELA: o óleo de melhor qualidade é extraído da casca de Cinnamomum zeylanicum ou Cinnamomum loureirii. As folhas produzem um óleo inferior. Tem forte odor da especiaria e pode ser irritante para a pele e até mesmo convulsivo em doses muito elevadas. Tem propriedades carminativas, estomáquicas, diuréticas, anti-sépticas (antibacteriana e antifúngica) e estimulante. É útil como tônico para circulação, respiração e sistema digestivo. Indicado para gripes e infecções intestinais.
- CEDRO: tem odor agradável, que lembra madeira. É um óleo usado desde o tempo dos egípcios, no embalsamamento. Indicado para doenças da pele, para tratar cabelos oleosos, caspa, e ainda resfriados e tosses com secreção. Anti-séptico do trato urinário
- CITRONELA: obtido de folhas de Cymbopogon winterianus e Cymbopogon. nardus, tem seu uso principal como repelente natural de insetos.
- CRAVO: extraído do botão floral de Eugenia caryophyllus, tem propriedades carminativas, estimulantes, afrodisíacas, anti-sépticas e analgésicas (utilizado em dores de dentes, por exemplo). Pode irritar a pele e deve ser usado diluído.
- EUCALIPTO: obtido a partir das folhas de Eucalyptus globulus e de outras espécies, tem propriedades anti-sépticas, estimulantes do epitélio brônquico, mucolíticas e expectorantes, particularmente úteis em inalações para problemas respiratórios, resfriados e tosses com secreções. Comumente utilizado no preparo de pastilhas, xaropes, soluções nasais e para inalações. É neurotóxico, levando ao desencadeamento de crises epilépticas, problemas digestivos, hipotensão, estado de confusão mental, em doses excessivas por via interna. É importante salientar que a ingestão de 10 a 30ml, comumente o conteúdo de um frasco, pode ser letal. Em doses terapêuticas, não há riscos tóxicos.
- GENGIBRE: produzido a partir do rizoma do Zingiber officinale. Tem propriedade estimulante; é indicado para ser usado no início do inverno, prevenindo resfriados. No trato digestivo é utilizado como hepatoprotetor, contra flatulência e náuseas, sejam elas de origem pós-operatória, de gravidez ou por movimento.
- GERÂNIO: para ansiedade e tensão. Agradável para banhos ou óleo para massagem. Adequado para todos os tipos de peles.
- JASMIM: indicado no tratamento de depressões, trazendo relaxamento. É conhecido por suas propriedades afrodisíacas. Trata-se de um óleo caro, ainda hoje produzido por “enfleurage” e freqüentemente adulterado. Se a rosa produz o óleo do amor, o jasmim produz o óleo do romance.
- LAVANDA: é o óleo essencial mais largamente utilizado. Relaxa, combate insônia, auxiliar contra dores de cabeça. Tem ação anti-séptica, calmante, analgésica. Pode ser usado em problemas da pele, como pequenas queimaduras, inflamações, dermatites, picadas de insetos, em óleos de massagem e para o banho.
- LIMÃO: extraído, por expressão mecânica, a partir da casca de Citrus limon. Usado como flavorizante, estimulante, carminativo e estomáquico. Contém substâncias fotossensibilizantes, e por este motivo não deve ser utilizado externamente.
- MELISSA: proveniente da Melissa officinalis, que contém 0,05% de óleo em suas folhas. Tem propriedades calmante, é útil para tensão, stress, dores de cabeça e outros transtornos de origem nervosa, assim como para problemas digestivos. Indicado ainda para pequenas lesões da pele, por sua ação antibacteriana, antifúngica e antiviral, sendo indicado por isto para tratamento local de herpes.
- MENTA: extraído da Mentha piperita, tem propriedades descongestionantes, estimulantes e refrescantes. Útil ainda em problemas digestivos, como náusea, flatulência e indigestão, e como antipruriginoso e calmante sobre a pele. Muito usado em balas, gomas de mascar, dentifrícios, enxaguatórios bucais. O óleo essencial de Mentha arvensis, cultivada também no Brasil, tem qualidade aromática inferior.
- MIRRA: extraído da goma da Commiphora myrrha produzida no nordeste da África e sudeste da Arábia (Somália, Etiópia, Iêmen), Líbia e Iram. Tradicionalmente utilizada em cerimônias religiosas, tem atividade expectorante, anti-séptica e cicatrizante. Indicada para inflamações e problemas pulmonares com secreções.
- NEROLI ou FLOR DE LARANJEIRA: obtido das flores frescas de Citrus aurantium, tem ação relaxante, útil contra ansiedade, depressão e insônia. Indicado para peles secas e maduras. Seu alto preço induz a freqüentes adulterações. Seu hidrolato é conhecido como “água de flor de laranjeira”, usado n cuidado da pele e na produção de doces finos.
- OLIBANO: extraído da goma da Boswellia carteri, originária do nordeste da África e sudeste da Arábia, já foi tão valioso quanto o ouro. Utilizado em rituais religiosos. Tem propriedades e indicações semelhantes à mirra.
- PATCHOULI: tem odor persistente e ação descongestionante, anti-séptica, anti-inflamatória, adequada para tratar pequenas lesões da pele. Estimulante e tônico em pequenas doses, é sedativo e até estupefaciente em doses elevadas.
- PINHO: obtido da destilação da madeira do Pinus sylvestris ou Pinus palustris. Um de seus principais componente é a terebentina, matéria prima para a indústria química. Tem ação refrescante e é indicado para problemas respiratórios como resfriados e bronquites, além de ser anti-séptico urinário e da pele.
- ROSA: extraído especialmente das rosas da Bulgária e Marrocos (Rosa gallica, Rosa damascena, Rosa alba, Rosa centifolia e outras), é indicado para combater stress e problemas menstruais. Útil para peles secas, inflamadas e maduras. Pode ser obtido através de extração por solventes, ou ainda por destilação a vapor. Este último produto é um dos mais caros óleos essenciais.
- SÂNDALO: tem odor persistente e é utilizado também como “fixador” de perfumes. Tem propriedades afrodisíacas, e é indicado em afecções do trato geniturinário, como para tratar cistites. Usado nos cuidados para peles secas.
- TEA TREE: obtido de uma árvore, Melaleuca viridiflora ou Melaleuca alternifolia, originária da Austrália. Tem propriedades antiinfecciosas, germicidas e anti-fúngicas (para Candida albicans e Trichomonas), sendo indicado para gripes, herpes, micoses e outras afecções da pele do trato urinário.
- YLANG-YLANG: relaxante do sistema nervoso e afrodisíaco. Combate a hipertensão arterial.
Se você deseja conhecer mais sobre Aromaterapia, procure um livro sobre o assunto, como o de Marcel Lavabre, certifique-se dos cuidados que deve tomar, e experimente!
Acima de tudo, abra-se para os perfumes que a Natureza prepara e coloca à nossa disposição. No mínimo, você vai ter contato com novas fragrâncias naturais, e isto será sempre positivo!
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