Dia Nacional de Combate ao Câncer

Dia nacional de combate ao cancer

27 de novembro, é o Dia Nacional de Combate ao Câncer. A data foi criada em 1988, para ampliar o conhecimento da população sobre como prevenir e tratar a doença. Há diversas associações causais, como por exemplo, excesso de sol e câncer de pele; álcool e câncer de garganta; HPV e câncer de colo de útero, substâncias tóxicas presentes no ar, na água e nos alimentos, radiações, etc. É possível prevenir, porém ainda impossível certificar-se que estará livre para sempre do câncer. Especialmente porque a incidência da doença é cada vez maior. Assim, é importante saber mais sobre tratamento, além da prevenção.

Há várias fontes para informar-se sobre tratamentos convencionais para o câncer, porém falar sobre tratamentos integrativos e complementares, é um pouco tabu, mesmo entre os profissionais de PICS (Práticas Integrativas e Complementares de Saúde), pelo receio de críticas. Como se oferecêssemos uma cura milagrosa, fácil, rápida. E na verdade não pode ser assim, especialmente considerando que o paciente de câncer está fragilizado, pode ter fases de buscar qualquer recurso no qual possa acreditar. Por isto, há que se tomar muito cuidado para falar de PICS e câncer. Mas tem que falar, pois há alternativas possibilidades interessantes, como a homeopatia, os florais, a aromaterapia, e outros.

Há um livro de um médico oncologista e homeopata francês, Jean-Lionel Bagot, chamado Homeopatia e Câncer. É encontrado na Europa em inglês, francês e alemão. Porém um resumo deste livro está muito mais acessível, publicado em português, pela editora Organon, e se chama “A homeopatia como tratamento complementar à cancerologia”. Ele tráz sugestões de medicamentos homeopáticos que podem ser usados em diferentes momentos: o do anúncio, da intervenção cirúrgica, da quimioterapia, da radioterapia, o tratamento da dor em cancerologia, para o final dos tratamentos e durante os cuidados paliativos. O autor inicia dizendo que os medicamentos apresentados são fruto da sua prática pessoal e sua ação foi verificada clinicamente. Cita o uso do Viscum album, da medicina antroposófica; de Raio X dinamizado, como um isoterápico, com uma observação de mais de 1000 pacientes, para prevenir ou atenuar os efeitos secundários da radioterapia; de isoterápicos preparados a partir de quimioterápicos. Afirma que mesmo não se tratando de homeopatia clássica, estes medicamentos oferecem recursos de muita valia para os pacientes.

Sobre o uso de medicinas complementares na Europa, diz que 35% dos pacientes com câncer as utilizam, principalmente a Fitotetrapia e, em seguida, a Homeopatia. Elas visam garantir melhor qualidade de vida nos aspectos físicos, psicológicos e social, considerando suas necessidades, em quaisquer local de cuuidados e durante o tempo todo da doença. Em estudo realizado em Estrasburgo com 122 pacientes do hospital dia do Centro Nacional de Luta contra o Câncer e 112 da oncologia privada, 29% utilizavam tratamentos complementares, dos quais 56% a homeopatia. O grupo compunha-se majoritariamente de mulheres entre 20 e 50 anos, com alto nível de escolaridade, e 2/3 informaram seus oncologistas. Do total, 54% nunca havia usado medicinas complementares anteriormente. Motivos? Melhorar as defesas (87%), suportar melhor o tratamento (87%) e tratar a doença (36%). Interessante notar que a maior parte não esperou das PICS a melhora da doença. Os resultados obtidos foram uma melhora do estado geral (97%), diminuição da fadiga (93%) e diminuição de náuseas e vômitos (85%).

Se estes mesmos números fossem aplicados ao Brasil, teríamos algumas centenas de milhares de pessoas que poderiam se beneficiar do tratamento homeopático de maneira integrada e complementar ao tratamento oncológico convencional. Bagot afirma que devemos e podemos estar presentes junto a esses pacientes que buscam respostas para diversos problemas que terão que enfrentar ao longo de sua doença. A homeopatia pode ajudar. O autor afirma ainda que se os homeopatas não ajudarem estes doentes, por receio de não terem habilidade clínica talvez (e que só podem ser adquiridas com estudo e experiência), podem perder pacientes que, insatisfeitos, abandonam os tratamentos convencionais e ficam sem nenhuma terapêutica mais consistente.

Em seguida o livro apresenta sugestões para diversos momentos, inclusive mostrando diversos casos clínicos. Por exemplo, muitos medicamentos são indicados como possíveis para o momento do anúncio da doença, como Arnica, Opium, Ignatia, Staphysagria, Nux vomica, Sepia, Pulsatilla, Arsenicum album, Aconitum, Gelsemium e Phosphoricum acidum. Dependendo da reação do paciente, um deles deverá ser escolhido.

No caso de haver intervenção cirúrgica, os medicamentos homeopáticos podem ser usados na prevenção dos hematomas, das hemorragias, dos transtornos digestivos, cicatriciais, urinários, em neurocirurgia, em cirurgia ortopédica, em cirurgia mamária.

São apresentados medicamentos para serem usados com a quimioterapia em transtornos do aparelho digestivo, náuseas, afecções bucais, dores gástricas, transtornos hepáticos, constipação, diarreia, hemorroidas, soluço, fadiga, transtornos hematológicos (anemia, leucopenia, trombopenia), transtornos neurológicos, de memória, de sono, transtornos psíquicos, dermatológicos, alopecia, edema, questões imunitárias, infecções, transtornos sexuais, nódulos, insuficiência renal, transtornos oculares, respiratórios, pulmonares, cardíacos e vasculares.

Para a radioterapia há medicamentos homeopáticos de ação geral (principalmente o Raio X e o Radium bromatum) e outros de ação local. São apresentados também medicamentos para os diversos tipos de dores que podem acompanhar o paciente com câncer, como as dores metastáticas, ósseas, articulares, neuropáticas e outras. Ao final do tratamento, Bagot propõe que o paciente seja ainda acompanhado por profissional da PICS, e não se sinta abandonado.

Para os pacientes em final de vida, os cuidados paliativos oferecidos pelas PICS podem trazer conforto para sí e seus amigos e familiares. Há sugestão de medicamentos que podem auxiliar também neste momento.

Ao longo dos anos, tenho ouvido relatos de médicos homeopatas que trataram de pacientes graves de câncer que chegaram ao final de sua vida sem dor alguma, o que traz um grande conforto para eles e os que os acompanham.

Assim como a homeopatia, a terapia floral oferece apoio para doentes de câncer. Esperança na cura, vontade de lutar, otimismo, paz, coragem, tantos são os efeitos nas emoções que podem ajudar no tratamento convencional. Fórmulas para ajudar a dormir melhor, ou para lidar com medo, podem ser preciosas em qualquer momento da vida, e neste, em especial.

Os óleos essenciais também trazem ajuda para a disposição, para acalmar, para facilitar relaxar e dormir; podem despertar alegria, e trazer o prazer de serem aplicados com massagens, ou através de seu perfume.

Além disto o Reiki também é um ótimo complemento paralelo para doenças graves e crônicas. No mesmo dia em que voltamos do primeiro curso de Reiki, minha filha e eu oferecemos, corajosamente, aplicar nossos parcos conhecimentos para uma mãe de colega de escola dela. Chegando na casa estava o casal, ela doente, e ele exausto com os cuidados com a esposa. Cada uma de nós começou a fazer o que tínhamos aprendido naquele dia, e depois de algum tempo, os dois dormiam profundamente. Saímos quietinhas da casa, batendo a porta, e felizes porque, pelo menos naquele momento, os dois descansavam. Contando isto, quero mostrar que se duas iniciantes de Reiki podem fazer isto, quais não são os resultados possíveis para um profissional experiente?

Concluo com as palavras do médico Bagot, para seus colegas também médicos, além de homeopatas: Não tenham medo! O acompanhamento de um paciente com câncer segue as mesmas regras do tratamento de outras doenças. Afinal, não dizemos que a homeopatia trata doentes, e não doenças? O autor segue afirmando, com sua experiência, de que não há o que temer, mesmo quando o paciente está tomando medicamentos “pesados”, pois segundo ele, diariamente vê a ação dos medicamentos homeopáticos, inclusive durante a quimioterapia. Diz ainda que a Homeopatia tem seu espaço nos cuidados de apoio, ajudando a recuperar a confiança e encontrar os recursos necessários para continuar a lutar contra a doença.

Se este conselho está indicado para câncer, certamente pode ser usado também para outras doenças. Enfim, para complementar e integrar o tratamento de todas as pessoas. Tratamos pessoas com sintomas e não doenças, não é?

Espero que este texto sirva de incentivo para que profissionais homeopatas aceitem tratar seus pacientes, que certamente, neste momento de grande sensibilidade, precisam mais do que nunca de seus cuidados. Que sirva também para que todos que orientam pacientes possam perceber e indicar caminhos talvez menos conhecidos. E para pessoas com câncer, que busquem nas PICS apoio para que horas difíceis sejam amenizadas com as terapias integrativas e complementares, como a Homeopatia, a Terapia Floral, a Aromaterapia, e tantas outras terapêuticas que temos o privilégio de conhecermos e termos incluídas em nosso Sistema Único de Saúde (SUS).

Dedico este texto especialmente ao meu pai (hoje auxiliado em seu tratamento por homeopatia, medicina tradicional chinesa, fitoterapia e essências florais), e também à Vitória, desejando que seu nome tenha um grande peso dos próximos meses, e que sua luta seja vitoriosa!